Representatividade feminina na JME Gaúcha recebe destaque em sessão do CNJ

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Em mais uma ação para estimular a participação institucional feminina no Poder Judiciário, o Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou recomendação aos Tribunais para que observem composição paritária de gênero na formação das comissões organizadoras e das bancas examinadoras nos concursos públicos que realizarem para ingresso na carreira da magistratura.

A proposta, que obteve unanimidade na 323ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (15/12), dirige-se aos Tribunais de Justiça, aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais Regionais do Trabalho, aos Tribunais de Justiça Militar dos Estados e ao Superior Tribunal Militar.

Destaque para a Justiça Militar do RS

Em manifestação durante a sessão, o conselheiro Mário Guerreio saudou a aprovação da recomendação, destacando que é fundamental a participação feminina “mas também que os cargos da administração, de chefias, também sejam acessíveis às mulheres”.  Guerreiro elogiou ainda a Justiça Militar do Rio Grande do Sul ,  onde, dos sete juízes da primeira instância, cinco são mulheres, além de uma desembargadora no 2º grau.

Relatada pela conselheira Ivana Farina no processo nº nº 0010087-44.2020.2.00.0000, a recomendação teve como base dados obtidos na pesquisa nacional “A Participação Feminina nos Concursos para a Magistratura“, realizada pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ) junto às cortes brasileiras. De acordo com a conselheira, o estudo revelou que “em concursos com maior participação de mulheres nas bancas examinadoras, foi possível identificar também maiores percentuais de aprovação entre as mulheres inscritas”.

O levantamento mostrou que, logo após a promulgação da Constituição Federal, elas representavam 8,2% dos componentes das comissões organizadoras e 10% das bancas examinadoras dos certames. Passadas mais de duas décadas, já no período entre 2010 e 2020, as mulheres representaram apenas 22% dos integrantes de comissões organizadoras e 20% das bancas.

Ivana Farina observou que a recomendação foi elaborada pelo Grupo de Trabalho instituído pela Portaria CNJ 44/2020, cuja primeira deliberação foi reconhecer a necessidade de realização da pesquisa. “Obtivemos uma radiografia da participação feminina no Judiciário desde a Constituição de 1988. Atualmente, 38,8% dos cargos da magistratura são ocupados por juízas, número muito aquém da representatividade feminina em nossa sociedade, onde as mulheres correspondem a 51,6% da população.”

*Com informações da Agência CNJ

No link abaixo, a íntegra da sessão que marcou a aprovação da recomendação. A partir de 1h05, está o trecho com a manifestação do conselheiro Mário Guerreiro.

https://youtu.be/LCuBHuOgwf8

 

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