Projeto social e ambiental Justiça Militar recolhe e entrega à cooperativa de moradores de rua, mais de 60 quilos de resíduos eletrônicos.


Projeto social e ambiental

Justiça Militar recolhe e entrega à cooperativa de moradores de rua, mais de 60 quilos de resíduos eletrônicos.

 

Na segunda edição do programa “Lixo Zero”, a Justiça Militar do Estado do RS, só em em ação desencadeada em Porto Alegre,  recolhe e entrega à Cooperativa Socioambiental Paulo Freire, mais de 60 quilos de resíduos eletrônicos e eletrodomésticos.

 

O Grupo Interinstitucional de Cooperação Socioambiental, (GISA), do qual faz parte a Justiça Militar gaúcha, entregou hoje, (08 de abril), o material arrecadado (resíduos eletrônicos e eletrodomésticos) em suas instituições cooperadas durante a Campanha Lixo Zero nos órgãos públicos. A instituição beneficiada foi a Cooperativa de Trabalho Socioambiental Paulo Freire, de Porto Alegre.

 

Foi intensa a adesão de magistrados e servidores de Porto Alegre do Tribunal e das auditorias. O volume chegou a 66 quilos. O material arrecadado por todos os cooperados (volume ainda não aferido) foi recebido pelos trabalhadores da Cooperativa, na manhã desta sexta-feira (08 de abril). A iniciativa do GISA propõe, entre outras questões, uma reflexão mais profunda sobre a responsabilidade dos órgãos públicos quanto à compra e descarte responsável de seus e resíduos eletrônicos. 

A Cooperativa de Trabalho Socioambiental Paulo Freire

Instalada na Av. Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, a pouco mais de um ano e meio, a Cooperativa de Trabalho Socioambiental Paulo Freire (CTSP) chega a desmanufaturar  até oito toneladas de resíduos eletrônicos por mês. A Entidade é formada por pessoas em situação de vulnerabilidade social. Trabalhando com triagem de resíduos eletrônicos, a Cooperativa busca gerar renda para seus cooperados bem como reduzir o lixo resultante do descarte indiscriminado destes materiais.

 

O trabalho realizado por moradores de rua, mais do que sua fonte de sustento, ajuda a tirar das ruas e dos lixões, um passivo sem solução para o meio ambiente. Com raras exceções, as pessoas que trabalham no local são albergadas, o que significa dizer que devem se recolher até às 18 horas, fazer uma refeição e dormir. No dia seguinte, têm que sair às 6 horas, quando já se dirigem à sede da Cooperativa para iniciar o trabalho do dia.

Sobra muito pouco lixo definitivo

José Luís Cardoso, voluntário que ajuda na organização e administração da CTSP, lembra que todo este material ainda pode ser reaproveitado se tratado da forma correta e voltar à linha de produção: “separamos o plástico, o cobre, a sucata, as placas [de circuito integrado], tudo isto pode ser reaproveitado se tiver o destino correto”. O aproveitamento do material triado, segundo José Luís, chega a quase 90%: “nossa taxa de descarte é muito pequena, menos de 10%, quase todo o material que chega aqui pode, de alguma forma, voltar a ser aproveitado, evitando que se extraia mais matéria prima da natureza”.

 

A CTSP, entidade oficialmente certificada para a função que exerce, possui convênio com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), por meio do qual a Cooperativa recebe material eletrônico proveniente do programa de Coleta Itinerante, e se compromete a destinar de forma adequada os resíduos tendo por base a preservação do ambiente, a inclusão social, a economia de energia, o aumento da vida útil dos aterros sanitários e a geração de trabalho e renda para os cooperativados. Em contrapartida, o DMLU cedeu o prédio onde hoje opera a Cooperativa e também a repassar uma verba para o custeio de despesas como energia elétrica, água e telefone.

 

O GISA

 

O Grupo Interinstitucional de Cooperação Socioambiental, (GISA), formado por 16 órgãos, do judiciário e associações de classe que atuam no Rio Grande do Sul atende à Resolução 201/2015 do CNJ que dispõe sobre a criação e competências das unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS-PJ). O Grupo busca um maior cooperação para troca de informações, iniciativas conjuntas e desenvolvimento de projetos/ações com o foco na sustentabilidade e no meio ambiente.

São membros do GISA: A JME/RS, AJURIS, PRR4, MP/RS, MPT, OAB/RS, TRE/RS, TJ/RS, PGE/RS, MPC/RS, TRT4, TRF4, ESM, ESAPERGS, TCE/RS, TCU.

 

 

 

Moradores de rua de Porto Alegre reciclam seis toneladas de eletroeletrônicos por mês com a poio tecnico do EcoProfetas

Há cerca de 90 dias a Cooperativa Socioambiental Paulo Freire está trabalhando com coleta e reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos na Casa Brasil, localizada na Avenida Voluntários da Pátria n° 2552, em Porto Alegre. O diferencial da iniciativa, que tem o apoio técnico do Projeto EcoProfetas, patrocinado pela Petrobras, é que seis toneladas de materiais são reciclados mensalmente por pessoas em situação de rua.

 

As oito pessoas cooperativadas trabalham de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 16h, recebendo doações de resíduos eletroeletrônicos de moradores e de empresas da capital. No local, são encontrados computadores velhos e outros materiais que deixaram de ser utilizados como impressoras, utensílios domésticos, peças e equipamentos de telefonia, de som e de vídeo, entre outros. “Os cooperativados são moradores de albergues de Porto Alegre”, ressalta o educador social do projeto EcoProfetas José Luiz Cardoso.  

Meio Ambiente - “O prédio onde está sendo executado o trabalho social e ambiental é de propriedade da Caixa Econômica Federal, mas está sob a responsabilidade do DMLU”, acrescenta o educador. Neste espaço, os moradores de rua utilizam ferramentas para a separação física das peças e armazenam conforme a classificação do tipo de material. “Plástico, ferro, alumínio, cobre, fios e placas eletrônicas são separadas e comercializadas com indústrias de reciclagem”, enfatiza Cardoso. “Nós entregamos a certificação de que os materiais terão o destino ambientalmente correto”, garante.

Social – Os recursos obtidos com a venda dos materiais para indústrias de reciclagem são revertidos em renda para os cooperativados. “O Projeto EcoProfetas acompanha as negociações e dá o apoio técnico para que a partilha do dinheiro seja feita, de uma forma justa, pela cooperativa. “ O objetivo deste trabalho é gerar trabalho e renda para estas pessoas que vivem com dificuldades e dar um destino correto para os resíduos eletrônicos da nossa cidade”, encerra Cardoso.

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